domingo, 28 de março de 2021

Especial - 20 bons álbuns de 2015

Alabama Shakes – “Sound And Colour” – quando esse grupo surgiu, quatro anos antes, arrebatou crítica e público com seu Rock-Soul-Índie cheio de balanço, além de uma cantora original. Nesse segundo trabalho, eles foram além. O que foi produzido é algo original, relativamente difícil, mas bastante intenso. Britany e sua troupe, psicodelizaram tudo, dando climas estranhíssimos para algumas canções e ainda produziram um single palatável de grande beleza e sucesso, I Don’t Wanna Fight.

Blackberry Smoke – “Holding All The Roses”- nesse ano, esse grupo foi a grande sensação do Southern Rock e fizeram uma grande turnê com o Lynard Skynard. Ótimo vocal, guitarras afiadas, com pegada de hard rock e lindas sessões acústicas além de um pouco de country e blues. Difícil dizer o que é melhor nesse disco, é tudo muito bom. Minhas prediletas são Let Me Help You Find The Door e Fire In The Hole. Muitíssimo legal.

Chris Cornell – “Higher Truth – além de ter participado do Soundgarden e do Audioslave o cara agora explodiu em uma carreira individual muy digna. Esse é simplesmente o melhor álbum solo dele. As canções são uma porrada, emocionantes, e Nearly Forgot My Broken Heart é sensacional.

Colin Hay – “Next Year People” – o veterano escocês continua compondo como poucos. O Men at Work, grupo radicado na Austrália, que ele ajudou a fundar nos anos 80, ainda é lembrado até hoje por grandes canções. No seu álbum desse ano o cara não decepciona. Além Da leveza do instrumental há músicas fantásticas como Scattered in The Sand e a incrível Lived in Vain.

Dweezil Zappa – “Via Zammata” – opa, esse é um azarão. Coloquei nessa lista porque sendo zappamaníaco eu ouso dizer que esse é o trabalho que eu esperava ouvir há muito tempo. É a coisa mais madura que um descendente do Frank podia fazer. Dweezil tá cantando, compondo e arranjando como nunca, as canções são espertas, irônicas e esquisitas como as do paizão. Foi uma grande alegria ouvi-lo nesse álbum.

Faith No More – “Sol Invictus” – não dá pra dizer que é o melhor disco deles, mas também não é o pior. Ele não decepciona porque a banda sempre foi meio indefinível e aqui eles mantém a pegada na faixa título ou em canções como Sunny Side Up, por exemplo. Apesar de um pouco enferrujados ao vivo eles têm importância por soarem sempre diferentes. É um bom álbum.

James Taylor – “Before This World” – Esse veterano do country-folk-rock fez um de seus álbuns mais bonitos de tempos recentes. Com instrumentação, arranjos e vocais precisos e irretocáveis, o disco nos emociona mais e mais a cada faixa. Adoro Today, today, today e a comovente Angels of Fenway. Esse é um play memorável e deve ser saboreado vagarosamente. Também chegou aos primeiros lugares das paradas merecidamente. Discaço.

Joe Bonamassa – “Muddy Wolf At Red Rocks” – Há muito tempo que Joe Bonamassa já um dos grandes guitarristas de Blues/Rock em atividade, mas sua raiz mesmo é o Blues, que ele toca de forma soberba e virtuosa, eletrificado ou acústico. Esse é apenas mais um trabalho ótimo, misturando canções de dois dos nomes mais importantes do Rithm’n Blues de todos os tempos. O álbum chegou aos primeiros lugares da Bilboard. Deve ser porque além de ele cantar tri bem e com muito feeling, quando mete a mão na guitarra ... uh, é um furacão, e transforma o astral em algo absolutamente sensacional.

Karina Buhr –“Selvática” – esse foi um dos melhores discos de rock nacional desse ano. Essa menina lá do nordeste é realmente criativa, ousada, e defende um ponto de vista feminino bem atualizado. O instrumental tem pegada e ela, grande performance.

Lana Del Rey – “Honeymoon” – Muita gente reclama, torce o nariz, acha chata. Tudo besteira, eu acho. Ela é um dos maiores e mais importantes nomes do Rock/Pop da atualidade. Sua forma de colocar a voz, com aquele efeito todo, é ousada. Suas canções são densas, profundas e inquestionavelmente fáceis de memorizar. Basta ouvir o primeiro single High By The Beach ou a faixa título para se convencer. Ela é dramática, mas canta e compõe bem. Esse é um dos imperdíveis desse ano.

Marcus Miller – “Afodeezia” – É covardia colocar um jazzrock por aqui, mas eu gosto particularmente do MM porque além de tocar contabaixo bagarai, compõe e arranja muito bem, canta legal e diversifica bastante o som de faixa a faixa. Miles Davis ficaria orgulhoso. Muito agradável de se ouvir de cabo a rabo. Serve tanto pra pensar, quanto curtir momentos de virtuosismo ou simplesmente de fundo musical. Usei a canção Highlife como cortina para o programa várias vezes.

Mark Knopfler – “Tracker” – esse é outro veterano e cancheiro. Continua compondo com categoria, canções que, ao mesmo tempo são pop, mas carregam o melhor da tradição do rock e do blues. Beryl, Broken Bones e Skydivers são monolitos que exemplificam muito bem isso.

My Morning Jacket – “The Waterfall”esse grupo, bastante original, apresenta canções épicas com climas e mais climas bem diversos, tudo em uma só canção. Acontece assim com a faixa Believe que tem romantismo, clássico e progressivo, com algum peso, tudo em uma só peça. Comece ouvindo essa que as outras vão fazendo mais sentido. Bem interessante.

Paul Weller – “Saturns Pattern” – Dispensa apresentações, mas para quem não conhece o cara era a alma de duas bandas incríveis, o The Jam e o Style Council. Esse disco tem tudo o que tinha nesses dois grupos, agressividade punk, atitude, muito soul, elegância e inteligência. A faixa título é o melhor exemplo disso. Esse é um veterano que nunca decepciona. Super bom.

Ringo Starr – “Pictures From Paradise” – nada supera a experiência e, esse disco é uma delícia para beatlemaníacos. Isso define esse que é um dos melhores álbuns de Ringo. A faixa título é hipnótica e composta somente com títulos de canções dos Beatles.. As músicas são diretas, roquenrol sem enrolação. Rory and The Hurricanes, Bridges e Let Love Lead são belíssimas. Quem diria, hein? O patinho feio, killing…

Steve Hackett – “Wolflight” – os trabalhos do ex-guitarristas do Genesis são sempre tocantes. Aqui não é diferente. A profundidade da abordagem de Steve a temas comuns consegue ainda nos surpreender, mesmo usando os velhos recursos do Prog. E qualidade é coisa rara na música hoje em dia. Esse é um álbum belíssimo executado por um artista de alto gabarito em plena forma.

Steven Wilson – “Hand Cannot Erase” – o novo mago do rock progressivo dá adeus ao Porcupine Tree e se atira em uma carreira solo criativa, enquanto também produz outros artistas em estúdio. Todos os grupos tradicionais de prog, mas também de outros estilos, agora correm atrás do toque de midas do cara para remasterizar obras antigas. O Yes, o Gentle Giant, o Jethro Tull, o XTC, entre outros já fizeram isso. Acho que é legal conhecê-lo porque se trata de uma mistura de várias matizes do progressivo. Wilson só trabalha com grandes estrelas e as usa como seus músicos. Bacanérrimo.

The Aristocrats – “Tres Caballeros”Guthrie Govan, um dos guitarristas mais incríveis que já ouvi é um show à parte como sempre. Ele e seus amigos aqui estão no auge da forma e do virtuosismo e aliam tudo isso a bastante criatividade. As músicas são surpreendentes, inusitadas e muito bem executadas. Jazz? Rock? Country? Blues? De tudo um pouco, com sensibilidade e categoria.

The London Souls – “Here Comes the Girls” – Esse humilde grupo de jovens de NY, com inspiração sessentista e britânica fazem um som ducacete. Se tu gostas de Beatles, Stones e Kinks ... vai gostar desses caras, muito afinados, dançantes e barulhentos, tudo ao mesmo tempo. Uma banda pra lembrar o astral das antigas, mas com algo bem original. Fui ouvir sem conhecer e tive uma grande surpresa. Tenhas tu também.

The Tangent – “A Spark in The Aether” – Olha o prog aí de novo. É um álbum empolgante do início ao fim. Como as faixas são longas, os instrumentistas têm que ser criativos e segurar a atenção do ouvinte. A banda vai além disso, emulando astrais surreais e estranhos. Os vocais são bem afinados e as sucessões de climas estão bem de acordo com os admiradores do gênero (como eu), enfim, sem enrolar mais, foi amor à primeira ouvida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Crônica – In The Begin de Begin

Nunca poderemos deixar de pensar que uma das eras de ouro de nossas existências foi a infância. É aquele período encantado em que todas as m...