sábado, 20 de março de 2021

Especial – 30 Bons álbuns de 2017

A partir dessa semana, o blog vai estar publicando uma série de resenhas sobre os melhores álbuns nos oito anos em que o programa existe, isto é, de 2014 a 2021 (2020 foi semana passada e 2021 no fim do ano). Algumas já foram publicadas em redes sociais, outras são absolutamente inéditas. Aproveitem e vão ouvir as bolachas.

Aaron Keylock – “Against The Grain” – Esse moleque britânico, bom de Blues e Rock, tinha apenas 18 anos quando gravou essa bolacha tocando como gente grande. Prodígio, já pega na guitarra desde os 8. Como estreante, não se saiu nada mal, dando um toque pop a canções irresistíveis como “I’m Falling” e “Spin The Bottle”.

Black Country Communion – “IV” – Desnecessário mencionar a qualidade de Glenn Hugues, Joe Bonamassa e Jason Bonham, ainda mais quando se juntam. Nesse álbum eles explodem em música maravilhosa, renovando as esperanças no Rock, e indo muito, muito além do sucesso da extraordinária “Collide”.

Black Stone Cherry – “Black to Blues” – Não se tratava de uma bolacha de novas da banda de Hard Rock já consagrada, mas um EP de releituras de standarts do Blues. São interpretações que te pegam pelo estômago e te levantam ao cerne das canções, com feeling muito apurado. De deixar os Rolling Stones atuais constrangidos.

Blondie – “Pollinator” – É sempre bacana ouvir a Debbie Harry fazendo esse Pop Rock alegre que sempre fez. Esse disco trouxe música eletrônica, rock, disco, new Wave bem dosados. Além das composições da dupla Harry/Stein há outras de SIA, Johnny Marr e uma participação especialíssima de Joan Jett em “Doom or Destiny”.

Brian May and Kerry Ellis – "Golden Days" – podem me chamar de saudosista do Queen, mas a parceria desses dois é inspiradora. Além de atriz, Ellis é uma cantora meticulosa e versátil e as canções e a concepção musical de Brian não são nada mal. A faixa título e “Love In A Rainbow” são clássicos absolutos.

Chris Robinson Brotherhood – “Barefoot In The Head” – A banda do ex vocalista do Black Crowes continuava produzindo canções e mais canções com aquele astral que só existe lá. Tem de tudo um pouco, rock, folk, soul, country na medida certa, bem gravado e executado, como sempre.

Colin Hay – “Fierce Mercy” – Esse sessentão escocês, radicado na Austrália é um mestre da canção, e isso já ficava claro desde os tempos do Men At Work. O seu 13º trabalho da consagrada carreira solo é um tanto mais feliz e otimista que o anterior e contém pérolas como “Secret Love” e “Two Fiends”.

Discipline – “Captives Of The Wine Dark Sea” – Esse impactante álbum deixa claro que esses norte-americanos estão entre os melhores do Prog Rock. Matthew Parmenter e sua turma não brincam em serviço e ainda esnobam em incursões pelo Pop e Heavy sem deixar cair a peteca.

Eric Gales – “Middle Of The Road” – Esse mago canhoto das cordas não invertidas incendeia a bolacha do inicio ao fim, sem dar trégua, cantando como um deus e tocando como um sábio. Na melhor tradição hendrixiana, ele esfola sua strato em faixas magnéticas como “I’ve Been Deceived”.

Flo Morrissey & Matthew E. White – “Gentle Woman, Ruby Man” – Esses dois queridões vindos de um lado e outro do Atlântico já são parceiros há algum tempo. Ela, jovem e britânica, tem a delicadeza e feeling corretos para os climas sofisticados e cool que ele, trintão e norte-americano cria em estúdio. Conclusão: covers pra aquecer a alma.

Gov't Mule – “Revolution Come...Revolution Go” – Warren Haynes e sua troupe sempre arrastaram multidões para suas longas apresentações em que homenageiam, virando do avesso, originais de outras bandas, em versão power trio. Muito criticados por não terem grande repertório próprio, aqui, eles provam que são o que são, uma super banda capaz de produzir um épico como a faixa-título.

Imelda May – “Life. Love. Flesh. Blood – Essa experiente musa irlandesa do rockabilly finalmente se arrisca na carreira solo com um álbum mais convencional de rock, pop e soul, em que há espaço pra mostrar todo o seu talento como intérprete.

Jake Bugg – “Hearts That Strain” – O filósofo prodígio do rock continua sua saga de auto-descobrimento criando a obra mais intimista e profunda de sua carreira até agora. Mais pra baladas, as canções podem desagradar os fãs, mas deixam clara a marca do compositor em que Jake vem se transformando. Agudo, perspicaz e, principalmente, diverso.

Life On Mars – “The Resurrection Of Ants” – Nesse petardo absolutamente surpreendente, o grupo novaiorquino destrói as fronteiras entre heavy, pop e progressivo, dando um sopro de vitalidade ao Rock’n Roll.

Living Colour – “Shade” – De tempos em tempos, Corey Glover e Vernon Reid largam seus projetos pessoais e se juntam pra gravar um disco e fazer uma turnê. Dessa vez a opção foi pelo blues que dá norte ao álbum, mas também a derivados como Soul e Rap. Além do virtuosismo, Heavy e as letras engajadas são as marcas registradas desses extraordinários músicos.

Menace Beach – “Lemon Memory” – É de chorar de alegria encontrar, entre tantas horríveis e pretensiosas bandas Indie, uma tão maravilhosa como esse duo britânico. Sem medo de serem esquisitos, eles detonam Roquenrol selvagem, sem cair no previsível, psicodelicamente indo, aonde poucas bandas novas ousam ir.

Morrissey – “Low In High School” – Finalmente um dos melhores letristas da história, encontrou um caminho sonoro, ainda nessa década, para produzir um disco à altura de sua realeza. Sem papas na língua, ele quer destruir a monarquia e a hipocrisia do mundo a machadadas (a começar pela capa).

Mr. Big – “Defying Gravity” – O pessoal mete o pau no metal meio farofa, mas quando o cara vai ouvir, encontra canções incrivelmente bem tocadas e gravadas, sem nenhum vocalzinho desafinado, com suingue e virtuosismo, aí ele pensa ... essa bandinha é bala! E diga-se mais, esse é o melhor álbum deles. Comece ouvindo a faixa título e se você não bateu o pezinho ou não se espantou com o solo do Paul Gilbert é porque não sabe ainda o que é bom.

Neil Young + Promise of The Real – “The Visitor” – A segunda colaboração de studio de Young com a banda continua rendendo bons frutos. Engajados como o protagonista, eles são a base perfeita pra Neil falar do que fala sempre: Dominação e Liberdade, Raiva e Perdão, Amor e Compaixão. “Children Of Destiny” é absolutamente Linda.

Pristine – “Ninja” – Heidi Solheim e sua turma incendeiam o pedaço com um petardo gravado em apenas um dia. É a invasão das bandas nórdicas, suecas, mas também as norueguesas como a Pristine, que puxam pesado no Hard Rock retro com vocal feminino. Pra ouvir no volume máximo!

Queens Of The Stone Age – “Villains” – Uma das maiores bandas do planeta voltou com um excepcional disco. O som da QOTSA é uma síntese perfeita de como o Rock de hoje deve ser. Uma grande mistura de gêneros. Josh Homme buscou no produtor Mark Ronson a perfeição sonora e não arreda pé de suas convicções ideológicas e musicais para o bem ou o mal do Rock.

Ronnie Baker Brooks – “Times Have Changed” – Um dos melhores álbuns de Blues do Ano, de pular de euforia de tão bom. Além dos vocais inspirados e sopros perfeitos, há várias participações especiais e um duelo com o pai, Lonnie Brooks, na antológica “Twine Time”.

Sheryl Crow – “Be Myself” – A rainha do Pop Rock está de volta em grande estilo. Canções e arranjos chiclete, sempre com muita, muita categoria e requinte, muito pop, mas muito Rock’n Roll também. Tem uma pá de canções perfeitas, mas “Roller Skate” e “Alone In The Dark” não sairão jamais de sua cabeça.

Siena Root – “A Dream Of Lasting Peace” – Olha aí, mais uma banda nórdica. É só imaginar que você está em 1971 ou 72 e ouvindo algo como Deep Purple ou Uriah Heep. Esses suecos são bons demais e esse é o seu melhor álbum. Não deixe de ouvir o anterior de 2014 pra confirmar a boa impressão.

Steve Hackett – “The Night Siren” – Outro senhor que continua produzindo, e muito. Esse cara não fez nada ruim na vida e sempre foi muito subestimado no Genesis. Aqui ele toca pacas, e tem composições lindíssimas como “Fifty Miles From The North Pole”.

Steven Wilson – “To The Bone” – Vegetariano e ateu convicto, o cara é o maior artista solo do Rock progressivo da atualidade. Também como engenheiro de som e produtor, vem deixando mundo afora vários remixes admiráveis de bandas clássicas como Yes, Jethro Tull e King Crimson. Com músicas co-escritas com o ilustre Andy Partridge, Wilson justifica toda sua celebridade e um pouco mais.

Taj Mahal & Keb' Mo' – “Tajmo” – Aula de sabedoria, sutileza e musicalidade. Sem atrolhos instrumentais, os dois mestres, à vontade, trocam gentilezas e recriam impecavelmente canções clássicas, inclusive “Squeeze Box” do The Who. E ainda tem participações especiais como Joe Walsh e Bonnie Raitt. Supimpa.

The Lachy Doley Group – “Lovelight” – Esse Australiano de voz de barítono, toca um Hammond e um Clavinet que Deus nos perdoe. Suas apresentações são bombásticas e ele tem espasmos de keyboard hero como ninguém no mundo. Seu álbum solo é ótimo e a faixa de abertura e “The Killer” são antológicas.

Ty Segall” – “Ty Segal” – O nono album solo desse californiano lembra muito o T-Rex, mas vai além disso. Em profundidade no universo Indie, ele amplia os limites do Garage em incursões no Punk e na Psicodelia, compondo um mosaico completo de seu universo. Muito particular e muito amplo ao mesmo tempo. Destaques para “Break A Guitar” e “Freedom.

Yusuf – “The Laughing Apple” – O Gênio de Cat Stevens nunca esteve tão claro como nesse álbum. Ele vai compondo pequenos épicos que contam histórias para todas as idades e enfatizam, delicadamente, a espiritualidade humana e a beleza. Pra ouvir e ficar feliz.

Essa é uma lista de acordo com a ótica do Programa Rock Night em sua quarta temporada. É diferente de uma lista comercial editada por um site informativo ou uma revista, em que predominam as opiniões dos membros da equipe ou o sucesso da bolacha. Foram ouvidos mais de 300 discos, que passaram por uma triagem pra serem aproveitados nas playlists ou não. 1500 lançamentos passaram pelo crivo ... Metal e eletrônico são excluídos, mais por uma questão de formato do que por preconceito.




















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Crônica – In The Begin de Begin

Nunca poderemos deixar de pensar que uma das eras de ouro de nossas existências foi a infância. É aquele período encantado em que todas as m...